Título veio em partida emocionante contra a Itália, na tarde deste domingo (21). Uma vitória disputada ponto a ponto
A Olimpíada Rio 2016 chegou ao fim. E passou muito rápido, mas deixou pelo caminho lembranças marcantes. O inédito ouro no futebol masculino. A determinação do Isaquias Queiroz na canoagem. O choro do Serginho no vôlei.
Abraçados, Serginho e Bruno se livraram de uma pressão do tamanho do Brasil. Serginho por precisar liderar uma equipe com pouca experiência olímpica, em seu último jogo pela seleção, aos 40 anos. E Bruno por não ter conquistado um ouro olímpico até ali, por ter o talento contestado durante anos. Tudo isso teve um ponto final na vitória do Brasil sobre a Itália neste domingo (21).
“Tivemos os nossos momentos de frustrações, que a gente passou juntos, muitas coisas que a gente ouviu, né? Então ele [Bernardinho] merecia demais essa medalha de ouro. Eu sei que eu merecia também, mas eu acho que ele merecia mais, por tudo que ele foi… em alguns momentos tachado como, em alguns momentos como nepotismo, essas coisas, mas a gente mostrou dentro de quadra que a gente merecia isso aí”, declarou Bruno após a vitória.
O orgulho de técnico bicampeão, dono de sete medalhas olímpicas é tão grande quanto o do pai do novo capitão de ouro da seleção. “Hoje foi incrível. O Bruno me orgulha muito”, afirmou Bernardinho, com a voz embargada e os olhos cheios de lágrimas.
Há muitos motivos para o Brasil se orgulhar deste time. As escolhas do Bruno, que deixaram os italianos perdidos, a superação do Lipe e do Lucarelli, que sofreram a dor de lesões para se consagrarem no Maracanãzinho. Wallace… Wallace… 20 vezes ponto de Wallace, apenas na final contra a Itália. O atleta conquistou o primeiro título importante dele na seleção adulta e acabou com qualquer dúvida que ainda existia sobre ele com uma vitória por 3 x 0 contra a Itália.
Uma grande questão ficou no ar após a vitória brasileira sobre a Itália: com dois títulos olímpicos entre os homens, Bernardinho poderia deixar a seleção. Mas, no calor da vitória, ele não quis responder se sairia ou não. “Agora é o seguinte: para me encontrar, tem que pegar a bicicleta, subir a montanha. Nem leva telefone, que ninguém vai me achar. Por um tempo, eremita. Aí vamos pensar”, disse o técnico.
Entre um aplauso e outro para os jogadores do Brasil, a torcida premiava o treinador, que não tem direito a medalha – uma força para o Bernardinho pensar melhor sobre o futuro.