Artur Fidalgo, que completa quinze anos atuando como galerista em 2015, alia dois termos aparentemente contraditórios: continuidade e mudança. Esse biorritmo, feito de opostos, revela no tempo a cristalização de um caminho: o da renovação.
É com este pensamento que Artur Fidalgo mostra a arte contemporânea mais vital, de várias gerações e procedências. Com a maleabilidade característica da renovação, em seu espaço expõem artistas emergentes como Camila Soato, Danilo Ribeiro, Derlon, Fernando de La Rocque, Flávia Metzler, Gabriel Centurion, Julia Debasse, Nino Cais, Malu Saddi, Rafael Carneiro, Sofia Borges e artistas renomados, como Albano Afonso, Carlos Bevilacqua, Edgard de Souza, Ernesto Neto, Hildebrando de Castro, Iran do Espírito Santo, José Damasceno, Paulo Climachauska, Rosana Palazyan, Sérgio Sister, Suzana Queiroga e Victor Arruda.
Seu perfil múltiplo acolhe também nomes da arte contemporânea internacional, como o videoartista norte-americano Bill Lundberg.
Escritório de Arte, aberto em 1987, já trabalhava com artistas como Amilcar de Castro, Artur Barrio, Carlos Vergara, Mira Schendel, Tunga. Inaugurado em 2000, Artur Fidalgo dava uma nova forma ao trabalho já iniciado. Ampliado em 2005, o crescimento do espaço físico vem sendo acompanhado do crescimento de sua importância no cenário artístico brasileiro e internacional.
Esse caminho se fez com exposições de Anna Bella Geiger , Antonio Dias, Eduardo Sued, Fernanda Gomes, Ivens Machado, Marcos Bonisson, Marcos Chaves, Marta Jourdan, Ricardo Basbaum, Rosângela Rennó, Vicente de Mello e Waltercio Caldas entre outros nomes importantes da arte contemporânea brasileira. Caminhar passo a passo corresponde a um modo de relacionamento face a face. Tal personalidade, e o vínculo com o experimentalismo, proporcionaram exposições de artistas raros em galeria comercial como Claudio Paiva e Umberto Costa Barros.
O estilo pessoal reflete-se na originalidade de sua localização: o Shopping Cidade Copacabana, projeto de Henrique Mindlin, um dos maiores arquitetos da década de 1960, com sua grande rampa em caracol retro-futurista e seu passado de shows antológicos nos teatros Arena, Tereza Rachel e Opinião, faz parte de uma história cultural que a galeria renova. A motivação do Artur Fidalgo e o da arte que ele expõe é o mesmo: ir além.
Revista Conceito. Matéria está na p.100.