O baiano de 27 anos superou o francês Sofiane Oumiha e garantiu o maior feito de um pugilista brasileiro na história das Olimpíadas
O caminho até o lugar mais alto do pódio nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro era árduo. O chaveamento previa o duelo contra dois campeões mundiais – mas nada que impedisse Robson Conceição de conseguir a maior façanha da história do boxe brasileiro. Nesta terça-feira, o baiano de 27 anos – quinto colocado do ranking mundial da Federação Internacional de Boxe (Aiba, na sigla em inglês) – superou o francês Sofiane Oumiha no ringue do Pavilhão 6 do Riocentro e conquistou a inédita medalha de ouro para a modalidade nacional, pela categoria peso-ligeiro (até 60kg). Foi o terceiro ouro do Brasil na Rio-2016, depois da vitórias de Rafaela Silva, no judô, e Thiago Braz, no salto com vara.
A luta – Robson começou a luta agressivo, acertando golpes no francês, que buscava o contra-ataque. Nos segundos finais no primeiro round, o brasileiro chegou a se desequilibrar ao receber um soco. Tomando a iniciativa da luta, Robson levou o primeiro round na avaliação dos juízes: 10-9. No segundo, o brasileiro continuou melhor, se esquivando com facilidade de Oumiha e pontuando com golpes precisos. No final, foi a vez do francês balançar e se apoiar no chão, mas o árbitro não abriu contagem. O round terminou com mais um 10-9 para o brasileiro. Com o triunfo por pontos quase garantido, o brasileiro foi mais conservador – mas seguiu castigando o francês. Ao final da luta, uma vitória dominante e uma medalha de ouro inédita e histórica para o Brasil. Para a festa do público no Riocentro.
Medalhas no boxe – Com o ouro, Robson Conceição coloca novamente o país no mapa do boxe mundial depois da incrível campanha de quatro anos atrás, nos Jogos Olímpicos de Londres, quando três medalhas foram conquistadas: duas de bronze, com Adriana Araújo e Yamaguchi Falcão, e uma de prata, com Esquiva Falcão. Há ainda o primeiro pódio do pugilismo brasileiro: o bronze de Servílio de Oliveira, nos Jogos Olímpicos da Cidade do México, en 1968. Ao todo, portanto, são cinco medalhas para o Brasil no boxe olímpico. Nem mesmo Eder Jofre, o maior pugilista da história do país e considerado o melhor peso-galo do boxe mundial, conseguiu um pódio. Durante sua carreira, participou como amador dos Jogos Olímpicos de Melbourne, en 1958, mas ficou na quinta colocação.